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Definimo-nos como pessoas em caminho. Notámo-lo pelas perguntas que nos surgiram, pela capacidade de admiração que descobrimos, por esse desafio que nos leva a sonhar outra forma de viver sem desprezar a realidade humana que nos toca viver.

 

Entre outros caminhos, fixemo-nos no caminho para os pobres. Este é um tempo propício para nos deixarmos fazer pelos pobres. O encontro da energia do Espírito de Jesus e o nosso próprio espírito manifestam-se no caminho das Bem-Aventuranças, que nos impulsionam a encarregarmo-nos dos últimos, dos mais feridos da sociedade. Somos homens e mulheres em caminho para os pobres. A compaixão traduz-se em paixão.

Só movidos pelo Espírito somos capazes de reconhecer o Senhor, no meio dos que mais sofrem na terra. Ao olhá-los + Próximo, os pobres, os sem voz, os que perderam a beleza entre o barro, fazem-nos cristãos. Os pobres e os doentes não são apenas receptores dos nossos serviços, mas revelam-nos a nossa identidade, dizem-nos qual é o nosso novo nome. Não se trata de ajudar senão de amar.

Os pobres são o lugar onde Deus nos fala, onde falamos a Deus, onde se fala de Deus. Neles encontramos a pergunta mais radical pela verdade desta vida. E onde nascem as perguntas mais profundas, podem-se dar também as respostas mais belas e criativas.

Nós damos-lhe o pão, mas eles dão-nos o novo nome. Deus cresce onde cresce a humanidade, a humanidade cresce onde Deus cresce.

FELIZ NATAL