Dia Mundial da luta contra a sida 2013:
A Cáritas segue a sua viagem de fé e serviço
Por Sua Eminência Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, Presidente de Caritas Internationalis
A Caritas Internationalis não espera pela comemoração do Dia Mundial da SIDA para cumprir o seu mandato e estar ao serviço daqueles e daquelas que vivem com, ou estão infetados, pela epidemia do VIH e da SIDA. Há mais de 25 anos que temos manifestado “a ternura e a proximidade” com estas pessoas. Através da nossa “ação direta”, em 116 países do mundo, temos dado “testemunho do amor da Igreja” junto daqueles e daquelas que vivem com essa carga que é a ameaça do vírus.
O VIH causa incerteza e insegurança, tanto para o futuro do próprio como para a respetiva família, e pode provocar doenças sérias ou mesmo a morte.
Nos últimos anos, e neste dia em particular, a comunidade internacional tem procurado refletir sobre o tema “chegar ao Zero: Zero novas infeções pelo VIH; Zero discriminações; Zero mortes relacionadas com a SIDA”. O objetivo “Zero novas infeções pelo VIH” pode ser alcançado através das relações interpessoais e da conduta individual, incluindo a limitação da atividade sexual a um matrimónio permanente e fiel, entre um homem e uma mulher, e evitando a utilização de drogas injetáveis que não tenham sido receitadas e/ou que estejam fora da supervisão de profissionais de saúde.
A meta “Zero mortes relacionadas com a SIDA” pode ser alcançada através de um diagnóstico atempado e através do tratamento da infeção do VIH. A Cáritas tem procurado contribuir através de ações de sensibilização, como a campanha “HAART for Children”. Nos últimos anos temos feito muitos progressos, graças à solidariedade internacional, que tem alargado o tratamento a cerca de dez milhões de pessoas que vivem em países de rendimento médio ou baixo. Contudo, isto não é suficiente – existem outros 18 milhões de pessoas que necessitam de medicamentos salva-vidas4. Na última reunião da Rede Católica VIH e SIDA, à qual a Cáritas serve de secretariado, os membros partilharam informações inquietantes como o facto de alguns doadores internacionais estarem a reduzir o volume de contribuições a estes programas. Os doadores internacionais alegam novas prioridades e algum “cansaço de doador”, apelam à responsabilidade dos governos nacionais dos países mais afetados e justificam a redução com a crise económica mundial. Não nos podemos esquecer nunca que, no mundo de hoje, os elementos da família humana estão “cada vez mais próximos, interdependentes e necessitados de se encontrarem e criarem espaços efetivos de autêntica fraternidade” .
Lamentavelmente, as pessoas que vivem, ou que são afetadas pelo VIH, continuam a ser vítimas de discriminação, de estigma ou até de violência. A Cáritas trabalha para aceitar e acompanhar todas as pessoas que vivem com o VIH. Roguemos, no dia mundial da SIDA, ao nosso patrono, S. Martinho de Porres, que passou a sua vida ao serviço dos mais esquecidos e marginalizados da América Latina, para que reforce as nossas iniciativas pela promoção de um mundo sem novas infeções de VIH, sem mortes relacionadas com esta doença e sem discriminação, porque “Não existe uma vida humana mais sagrada que a outra, assim como não existe uma vida humana qualitativamente mais significativa do que a outra”.
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