Relatório de Atividade 2014
Introdução
Iniciei estas minhas funções há, relativamente, pouco tempo. Fi-lo sob hesitações, avanços e recuos, dúvidas muitas, certezas poucas. E, nestas poucas certezas, já estavam incluídas duas que, desde há muitos anos, me servem de suporte: A primeira é que se eu fizer 1% do que desejo e devo fazer, Deus fará os outros 99%. A segunda é decalcada da mensagem da Madre Teresa de Calcutá, que passo a transcrever:
“Sei que o meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele, o oceano seria menor” ´.
Foi a consciência da minha incapacidade, do pouco que podia dar, que me fez hesitar. Mas, por outro lado, foi a certeza de que esse pouco seria provavelmente útil, que aceitei colaborar. Reconheço que são muitas e diversas as carências sentidas por muitas pessoas da Diocese de Beja. Poder-se-á, contudo, afirmar que, a que mais as afetam é certamente, a económica, com os contraproducentes reflexos em todas as necessidades, tais como: comer, vestir, pagar renda de casa, água, luz, medicamentos, consultas, etc.
Para esta situação contribui, mormente, o desemprego, sobretudo de jovens que, apesar de qualificados, são empurrados para fora da região, ou mesmo do país, em procura dum emprego, que nem sempre encontram.
Não gostaria, nem queria, ser injusto. Mas admito que, além da falta de apoios estatais, haverá, também, falta de iniciativas locais. Diria mesmo, um certo marasmo da atividade económica na região. Existem, porém, outras razões que concorrem para a atual carência e que são mais profundas, do que as causas atrás apontadas. Refiro-me à falta de valores humanos e de valores cristãos que fazem com que o egoísmo, o materialismo e o individualismo se instalem na sociedade em geral e até em algumas famílias.
Defendo e acredito que os cristãos do Alentejo (a Igreja), através das suas paróquias, grupos de Ação Social e outras instituições, possam ter (devam ter) uma função fundamental e urgente a desempenhar na promoção da pessoa humana, dos seus valores e satisfação das suas necessidades e aspirações.
Como perspetivas, pensa a Cáritas Diocesana de Beja (CDB) continuar a apoiar todos os que lhe batem à porta e que são cada vez mais em maior número. Não enjeita, por isso, ter de, no futuro, optar pelos casos mais problemáticos. É, igualmente, tarefa da CDB solidificar a resposta Comunidade de Inserção, criada já este ano e com uma procura muito para além do expectável.
Apoiará e desenvolverá outras iniciativas e projetos que se considerem necessários, viáveis e adequados às necessidades da região. Porém, a CDB depende, em muito, do Estado. E o Estado pode e apoia cada vez menos as instituições. É cada vez menos sensível à pobreza. Olha cada vez menos para aqueles que deviam merecer a sua maior e permanente atenção. Todavia, a Direção da CDB declara o seu total empenho, a sua permanente disponibilidade para minimizar as graves carências e dificuldades que muitos sentem e, infelizmente, continuarão a sentir.
Termino, repetindo (sem autorização) um apelo do nosso Papa: “Sede solidários com aqueles que, vivendo no meio duma sociedade molestada pela pobreza e pela corrupção, sentem-se com o espírito abatido, tentados a largar tudo, deixar a escola e viver pela estrada”.
Demonstração dos Resultados por Naturezas
O Presidente da CDB
RELATÓRIO 2014 (pdf)
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